2.11.11

Flores guardada.s

Quem viaja sabe que só podemos admirar as flores e os animais, mas que não podemos glorifica-los como santos em igrejas ou nos nossos cotidianos. 

E amar? Dizem que se torna mais fácil amar para quem viaja pois sente os pés na terra que as vezes fica seca e outras molha em um tempo que não passa, pois cada vez fica atrás a memória do que já se foi e assim se constrói e se encontra algo novo no caminho do andante. Algo que nós humanos tendemos a querer nos agarrar com unhas e dentes em seca ou furacões, memórias. Mas falando de amores ciganos, um amor que também pode se entender como ingénuo, fútil e pouco perseverante, para mim tem um significa bem mais profundo. Pois um amor de nómades é muito mais do que o que a distância pode esconder. Talvez o destino, talvez malicioso se encarregue de apagar o tédio mas guardar o mistério para si, quando se fala de um tempo que se passou, que não se viu mas que sim se amou. É um mistério do qual a prisão, os padrões, as tradições e as obrigações não conseguem se entender nem muito menos se prender, por isso faz se dele um amor livre! 

Vamos rodando na cidade circular e deformada, o viajante percebe que nada é perfeito e se contenta com isso. Ele sabe que o mal está por vir e que o bem sempre o rodeia naquela costas com uma mochila que não significa nada, naquela roupa que também algum dia será jogada fora e os seus velhos livros algum dia até poderão ser uma bela cagada. O homem que fica ou viaja sabe que as mãos e também os pés algum dia ficarão ásperos e que o cabelo algum dia cairá.. mas tudo continua a dar voltas.. e isso   conseguimos perceber com clareza quando viajamos, no olhar dos viajantes, no olhar dos residentes. Pois nos encontramos de um olhar até outro olhar. O olhar pode endurecer-se ou até amortecer-se, mas ele sempre refletirá algo e uma beleza interior. Lá na autobahn do kraftwerk ou na estrada sinuosa das praias de são paulo, ou indo mais longe a mesma sinuosidade, só que desta vez agrícola na estrada que leva de são paulo a assunção ou seguindo um pouco e ainda mais longe, a estrada plana e árida das terras do sul até a cidade do meu querido carlos gardel, trazem respostas ao azar. E assim, conversas com amigos mochileiros de distintas partes do mundo ha diversas direções, começos, fins e meios que ainda continuam levando, andando ou que agora somente fazem parte de guias de viagem com poeira, em sebos ou prateleiras, memórias de amigos distantes e de lembranças apenas hierárquicas.. pois só são lembranças guardadas que agora precisam ser quebradas, pela rotina e a necessidade de diversas prioridades que levam a impossibilidade do contato territorial com o mundo. 

Amores construídos, amores acabados. 

Lá na estrada, aonde não se conhece ninguém, mas facilmente se reconhecem os humanos em pequenos gestos, longe da mundialização.. pessoas se reconhecem na cicatriz do olhar. Mas aonde melhor nos encontramos quando viajamos, é na verdade em nossos livros, diarios ou naquele violão, naquela foto antiga guardada, naquela flor que recolhestes no chão de uma cidade simpática e colocastes no meio de uma página que até então estava vazia e voltas a reencontra-la só que desta vez com novas palavras. 



* Neste texto não existem maiúsculas para pessoas, nomes ou territórios, pois todos e todas as coisas são importantes e não quero distingui-las.

3 comentários:

  1. Anonimo9/11/11

    isso é a coisa mais ridicula que já vi alguém escrever. Confuso e sem nexo, sem fundamentação... um embaralhado de pensamentos confusos.

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  2. Anônimo9/11/11

    poxa, você tem razão, ficou sem nexo porque inverti as ordens na hora de publicar, a introducão ficou no meio do texto e a conclusão no começo! obrigada pela alerta. bjos

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  3. Anônimo11/11/11

    fica legal escrever pensamentos quando organizamos os mesmos, se vc quer que alguém entenda isso é bom começar por aí, se não o texto é só pra vc... a pontuação está toda errada tbm. bjos

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